"Resiliência em estudantes universitários expostos à violência durante a infância e adolescência"
Autora: Isadora Deamici da Silveira
O objetivo geral desta dissertação foi avaliar a resiliência em estudantes universitários que foram expostos à violência nos primeiros 18 anos de vida. Compreender como as situações de estresse anteriores afetaram os indivíduos pode indicar como eles irão gerenciar as situações desafiadoras no futuro. A manutenção da resiliência é responsável não só pelo bom funcionamento cognitivo, mas também pela manutenção da saúde mental, o que reforça a importância de investigar o fenômeno e identificar possíveis trajetórias adaptativas de desenvolvimento. Para atender ao objetivo geral, a dissertação foi composta por três estudos. O primeiro trata de um estudo teórico que teve como objetivo realizar uma revisão integrativa para compreender como a psicologia brasileira tem investigado a temática da resiliência através do levantamento de publicações em português. O segundo e o terceiro artigo são estudos empíricos desenvolvidos a partir de um consórcio de pesquisa formado por mestrandos e orientadores do programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) com o objetivo de avaliar as vivências dos estudantes universitários brasileiros dentro e fora do contexto universitário. Os dados foram coletados através de uma survey online, e participaram da pesquisa estudantes universitários, maiores de 18 anos, matriculados em uma universidade pública ou privada, que estavam cursando graduação ou pós-graduação, em qualquer período de seus respectivos cursos. A amostra final contou com 1005 estudantes que responderam todas as escalas e cumpriram os critérios para inclusão na pesquisa. O segundo artigo avaliou a resiliência em estudantes universitários expostos e não expostos a violência nos primeiros 18 anos de vida através da escala de resiliência Connor-Davidson (CD-RISC-10) e de perguntas que buscavam investigar situações de violência sofridas nos primeiros 18 anos de vida. Os escores de resiliência mais altos foram mais prevalentes entre as pessoas maiores de 30 anos e a exposição a violência nos primeiros 18 anos de vida parece não configurar um fator determinante ou contribuinte da maior ou menor resiliência. O terceiro visou a responder como a presença de um adulto de confiança se relaciona com a resiliência neste mesmo grupo. Entre os resultados encontrados, destaca-se a presença do adulto de confiança nos primeiros 18 anos de vida como associado a desfechos positivos de resiliência na vida adulta, bem como achados que se somam à literatura dos aspectos sociodemográficos relacionados à resiliência.